domingo, 23 de janeiro de 2011

Não passam as dores, tb não passam as alegrias


Amigos,
Escrevi este texto no fim do verão do ano passado, não sei exatamente a data, provavelmente na primeira quizena de março, e só hoje resolvi postar.Pq? Tb não sei, apenas me deu vontade.Bjos

Não passam as dores, também não passam as alegrias. Tudo o que me fez e faz feliz ou infeliz serve pra montar o quebra-cabeça da minha vida, um quebra-cabeça de cem mil peças. Aquela noite que eu não parava de chorar, aquele dia que eu fiquei e fico caminhando sem saber para onde ir, aquele beijo cinematográfico que eu recebi, aquela visita surpresa que ele me fez, a bronca do meu pai, a demissão injusta, o acidente que me deixou cicatrizes, tudo isso foi e vai, aos pouquinhos, formando quem sou Eu. Não há nenhuma peça que não se encaixe. Todas são aproveitáveis. Como são muitas, Eu posso esquecer de algumas, e a isso chamo de "passou". Não passou?! Está lá dentro, meio perdida, mas quando Eu menos esperar, ela será necessária para que Eu possa completar o jogo e me enxergar por inteiro.” Martha Medeiros
Ao ler este texto me identifiquei de imediato e para ser sincera depois do dia 25/09 após 4 anos e 5 meses de voltar andar normalmente, tive novamente uma fratura no mesmo fêmur esquerdo e passei pela 18ª cirurgia resolvi acrescentar algumas palavras....As dores na minha alma, causadas pelo acidente e por tudo que deixei de fazer a quase 21 anos atrás voltaram com uma força extrema e inesperada, por mais que eu não quisesse senti-las. E o que mais me doeu foi ver nos olhos de meus pais, minha irmã e meus leais escudeiros a mesma dor vista há tanto tempo. Hoje estou mais madura e a minha Fé é mais forte, tenho a certeza que Santo Toinho (olha a minha intimidade com o santo..), Meu anjo da Guarda e vários Espíritos de Luz estavam do lado na hora do incidente do dia 25/09 e não permitiram que acontecesse algo pior e colocaram no meu caminho pessoas iluminadas que me trataram e ainda me tratam além das técnicas e formalidades médicas e agradeço por isto, mas também não posso negar a minha dor, os meus questionamentos sobre a necessidade de passarmos por todas as dores de novo, sim, para as dores físicas toma-se remédios e elas ficam suportáveis e as dores na alma, na minha e todos que me amam, o que fazer? Como fazer para diminuí-las, torna-las menores?
Sim, Martha Medeiros tem razão quando afirma que as dores não passam nem as alegrias, que ficam guardadas e quando menos esperamos e tenho dúvidas, quando mais necessitamos elas voltam. E eu só gostaria que as dores não assumissem uma dimensão tão grande, ou talvez seja eu que dê esta dimensão. Sei apenas que não está sendo fácil, que inúmeras vezes tive  a nítida sensação que minha força estava se esvaziando, mas como sou teimosa, cabeça dura, coração mole, e faço sempre a opção  pela alegria, por valer está viva, a força volta e se junta novamente a Esperança, que pode ser frágil, porém impossível de ser destruída, a Fé que a cada dia se faz mais forte e consciente, ao Amor das pessoas que sempre estiveram comigo e de alguns novos amigos( muitos que nem conheço pessoalmente), mas que me enviam mensagens e vibrações positivas. Por tudo isso, sou uma credora incondicional que estou tendo uma nova chance perante o mundo para fazer as mudanças necessárias na minha vida e seguir a minha missão, ainda estou descobrindo qual é, mas seja ela qual for, eu seguirei de com o Coração e a Alma abertos e fazendo sempre o melhor de mim.
E que venham mais Alegrias que Dores e que Eu me torne capaz a cada dia de lidar com cada uma delas, que  chore quando sentir o doce sabor das coisas boas, de medo, vergonha, de tristeza, ao Perceber como Vale estar Viva!! E de como sou privilegiada, afinal escolhi nascer na família ideal, do tamanho justo da minha forma de ser, pelos amigos-irmãos que também escolhi e por àqueles que me escolheram e eu aceitei, por àqueles que ainda virão e farão parte do meu caminhar nem sempre sereno, calmo ou iluminado, mas sempre divertido, e repleto de verdadeiros sentimentos.