Amigos,
Escrevi este texto no fim do verão do ano passado, não sei exatamente a data, provavelmente na primeira quizena de março, e só hoje resolvi postar.Pq? Tb não sei, apenas me deu vontade.Bjos
“Não passam as dores, também não passam as
alegrias. Tudo o que me fez e faz feliz ou infeliz serve pra montar o
quebra-cabeça da minha vida, um quebra-cabeça de cem mil peças. Aquela noite
que eu não parava de chorar, aquele dia que eu fiquei e fico caminhando sem
saber para onde ir, aquele beijo cinematográfico que eu recebi, aquela visita
surpresa que ele me fez, a bronca do meu pai, a demissão injusta, o acidente
que me deixou cicatrizes, tudo isso foi e vai, aos pouquinhos, formando quem
sou Eu. Não há nenhuma peça que não se encaixe. Todas são aproveitáveis. Como
são muitas, Eu posso esquecer de algumas, e a isso chamo de "passou".
Não passou?! Está lá dentro, meio perdida, mas quando Eu menos esperar, ela
será necessária para que Eu possa completar o jogo e me enxergar por inteiro.”
Martha Medeiros
Ao ler este texto me identifiquei de imediato e para ser sincera depois do dia 25/09 após 4 anos e
5 meses de voltar andar normalmente, tive novamente uma fratura no mesmo fêmur
esquerdo e passei pela 18ª cirurgia resolvi acrescentar algumas palavras....As
dores na minha alma, causadas pelo acidente e por tudo que deixei de fazer a
quase 21 anos atrás voltaram com uma força extrema e inesperada, por mais que
eu não quisesse senti-las. E o que mais me doeu foi ver nos olhos de meus pais,
minha irmã e meus leais escudeiros a mesma dor vista há tanto tempo. Hoje estou
mais madura e a minha Fé é mais forte, tenho a certeza que Santo Toinho (olha a
minha intimidade com o santo..), Meu anjo da Guarda e vários Espíritos de Luz
estavam do lado na hora do incidente do dia 25/09 e não permitiram que
acontecesse algo pior e colocaram no meu caminho pessoas iluminadas que me
trataram e ainda me tratam além das técnicas e formalidades médicas e agradeço
por isto, mas também não posso negar a minha dor, os meus questionamentos sobre
a necessidade de passarmos por todas as dores de novo, sim, para as dores
físicas toma-se remédios e elas ficam suportáveis e as dores na alma, na minha
e todos que me amam, o que fazer? Como fazer para diminuí-las, torna-las
menores?
Sim, Martha Medeiros tem
razão quando afirma que as dores não passam nem as alegrias, que ficam
guardadas e quando menos esperamos e tenho dúvidas, quando mais necessitamos
elas voltam. E eu só gostaria que as dores não assumissem uma dimensão tão
grande, ou talvez seja eu que dê esta dimensão. Sei apenas que não está sendo
fácil, que inúmeras vezes tive a nítida
sensação que minha força estava se esvaziando, mas como sou teimosa, cabeça
dura, coração mole, e faço sempre a opção
pela alegria, por valer está viva, a força volta e se junta novamente a
Esperança, que pode ser frágil, porém impossível de ser destruída, a Fé que a
cada dia se faz mais forte e consciente, ao Amor das pessoas que sempre
estiveram comigo e de alguns novos amigos( muitos que nem conheço
pessoalmente), mas que me enviam mensagens e vibrações positivas. Por tudo
isso, sou uma credora incondicional que estou tendo uma nova chance perante o
mundo para fazer as mudanças necessárias na minha vida e seguir a minha missão,
ainda estou descobrindo qual é, mas seja ela qual for, eu seguirei de com o
Coração e a Alma abertos e fazendo sempre o melhor de mim.
E
que venham mais Alegrias que Dores e que Eu me torne capaz a cada dia de lidar
com cada uma delas, que chore quando
sentir o doce sabor das coisas boas, de medo, vergonha, de tristeza, ao
Perceber como Vale estar Viva!! E de como sou privilegiada, afinal escolhi
nascer na família ideal, do tamanho justo da minha forma de ser, pelos
amigos-irmãos que também escolhi e por àqueles que me escolheram e eu aceitei,
por àqueles que ainda virão e farão parte do meu caminhar nem sempre sereno,
calmo ou iluminado, mas sempre divertido, e repleto de verdadeiros sentimentos.
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